Por
Silvio Tobias Brandalize[1]Alex-Sandro P. Cardoso[2]
RESUMO: O artigo faz uma análise sobre os conceitos de fome e suas especividades, sendo relacionada com o global e o local, desmitificando o entendimento como sendo exclusivamente a falta de alimento. Abordando seus mitos, caracterizando as suas vertentes, sendo estas estipuladas em falta de conhecimento e de entendimento sobre a política como ciência. Discutindo a questão da fome no mundo, viabilizando em um contexto a questão da Revolução Verde como sendo um programa que tinha como base a solução para a falta de alimento no mundo, mas se tornou um grande avanço principalmente envolto à agroindústria e beneficiando o mercado exterior. Entretanto, traz uma reflexão sobre a Geografia da Fome de Josué de Castro referente ao capitulo: Conjunto Brasileiro revelando um Brasil regionalizado e enquadrado como sendo um país com grande contingente de famintos, sofrendo assim com as suas conseqüências biológicas baixas e sendo desorganizado estrutural e socialmente. Uma das vertentes da fome se enquadra também o conhecimento, não o saber científico, mas o de nos encontrarmos inseridos no mundo, de não sermos excluídos intelectualmente. Faz também uma análise sobre a caracterização regional de Rio do Sul, elencando a área de estudo e a distribuição educacional das entidades municipais, estaduais, particulares e federais do município.
Palavras-chaves: fome – mitos – conhecimento – educação.
INTRODUÇÃO.
Diante da forma de como é difundida a informação sobre a fome, torna-se pertinente a preocupação em esclarecer os dados fictícios que nos são passados como sendo verdadeiros em relação à situação socioeconômica em que se encontra a humanidade. No decorrer dos escritos, pode-se perceber a distinção entre mito e verdade sobre o tema e como é tratada a problemática por toda ou por parte da sociedade.
Sentindo a necessidade de demonstrar a atual conjuntura da “fome” no seu contexto social, político, econômico, cultural e geográfico, pode-se desta forma contextualizar teoricamente as diversas definições da “fome” e suas especividades.
Para tanto, é preciso compreender a caracterização da área educacional distribuída geograficamente. Assim como, relacionar os benefícios destinados á população de baixa renda com as políticas públicas sociais destinadas à população que sofre pela falta de alimento, sem conter uma intensão eleitoreira.
Reforçando a idéia de que a fome é um fenômeno decorrente da falta de políticas públicas, é que impulsiona de certa forma a necessidade de se elencar alguns aspectos coerentes com uma pesquisa ampla e detalhada, relatando algumas estimativas referentes à conjuntura em que se reflete a falta de alimento e o contingente de famintos espalhados no mundo. Diante da problemática da fome no mundo, tornou-se constante a minha preocupação em esclarecer os dados fictícios que nos são passados como sendo verdadeiros em relação à situação socioeconômica em que se encontra a humanidade. Movido a ter uma visão realista do contexto atual, contradizendo que a fome não é um problema econômico e sim social, com base no levantamento de dados e apoiados no contexto especifico do assunto, procurou-se caracterizar como os autores preocupados com o tema que elucidam a questão da fome, quer seja em aspectos políticos econômicos ou sociais.
Dentro de um contexto de turbulências econômicas, políticas e sociais, o Brasil e o mundo mudaram substancialmente nesses últimos cinqüenta anos, seja por conta de fatores externos ,derivados de um mundo progressivamente globalizado. Seja pelo desenvolvimento autônomo de circunstâncias e processo histórico e cultural, próprios do que se pode chamar de modelo brasileiro. Diante dessas mudanças, podem-se evocar algumas condições seletivamente indicadas para o processo saúde/doença em escala populacional. Mesmo em países desenvolvidos uma parcela da população é vítima da fome, isto é, tem alimentação deficiente. Mas é nos paises subdesenvolvidos que o flagelo da fome atinge maior número de pessoas.
Em se tratando das Práticas Pedagógicas, este estudo de caso sobre a fome e suas vertentes, servirá como fonte de pesquisa ampla, para o professor se orientar quando deparar-se com este tema no decorrer dos conteúdos escolares. Sendo que os livros didáticos, muitas vezes trazem a opinião de poucos autores que não dão ênfase em tratar desta questão. Sendo a fome, um tema, tão abrangente e não só vinculado à falta de alimento, pois também traz aspectos políticos e sociais e não oferecem todas as informações diversificadas e contraditórias que o assunto trata.
FOME DE ALIMENTO.
O relatório da ONU confirma que 19 paises estão no ranking de redução dos famintos, desde 1990-1992, totalizando 80 milhões de pessoas que saíram da faixa de desnutridos. Entre esses países inclui-se o Brasil.
No início dos anos 1990, Herbert de Souza (sociólogo brasileiro), liderou uma campanha nacional em prol da erradicação da fome no Brasil, onde se intitulava: Ação contra a Fome e a Miséria e pela Vida, alertando a população sobre o mal que assolava o país, mobilizando vários setores da sociedade, com divulgação em rede nacional e campanhas de arrecadação e distribuição de alimentos. Contudo, Betinho, reconhecia que uma ação emergencial não sanaria a problemática da fome, pois precisaria de uma reestruturação na política de distribuição de renda, para que, houvesse algum resultado significativo.
Com resultados das promessas eleitorais do então presidente brasileiro Luis Inácio Lula da Silva de erradicar com o programa Fome Zero, os problemas da fome até o final de seu primeiro mandato, contribui para que o assunto em destaque criasse mais força e alcançasse a massa pobre do país.
Uma iniciativa do atual presidente brasileiro foi à adoção do Programa Bolsa Família. Este programa tem como objetivo a transferência de renda do governo federal e é coordenado pelo ministério do Desenvolvimento Social (MDS), causando impactos positivos e é considerado um dos maiores programas de transferência de renda do país, beneficiando mais de 7,5 milhões de famílias, com repasse mensal de R$ 488 milhões
[3].
O programa está presente em todos os municípios e no Distrito Federal. Santa Catarina que é um dos Estados mais desenvolvidos do país contabiliza 767 mil miseráveis - sem contar os desempregados. Dentre os municípios catarinenses contemplados com o repasse, destaca-se a AMAVI, com abrangência de 28 municípios, onde são beneficiadas 6.821 famílias. Dados esses, repassados pela Caixa Econômica Federal da Cidade de Rio do Sul, onde conta com 985 famílias cadastradas totalizando um repasse de R$53.017,00
[4].
BOLSA FAMÍLIA
Região - N° de Benefícios - Valor R$
Brasil - 7,5 milhões - 488 milhões
Santa Catarina - 216.714 - 10.179.450,00
Vale do Itajaí - 19.379 - 1.057.637,00
AMAVI - 6.821 - 367.319,00
Rio do Sul - 985 - 53.017,00
Tabela 1: Relação do número de benefícios do programa: Bolsa Família.
fonte: tabela elaborada pelo autor.
Ao observar os dados, é possível constatar que o elevado número de benefícios revela a falta de um rendimento próprio e de um salário satisfatório por parte da população, indicando com isso, a deficiência em adquirir produtos básicos para a sua sobrevivência. Quanto maior o número de benefícios, maior é a carência da população.
A QUESTÃO DA FOME NO MUNDO.
Até mesmo em países ricos ou desenvolvidos uma pequena porcentagem populacional encontra-se sob o efeito do flagelo da fome, ou ainda com uma deficiência alimentar. Contudo, é nos países pobres que este número abrange maior quantidade, atingindo principalmente mulheres e crianças, que em muitos casos já nascem desnutridas, comprometendo assim o seu desenvolvimento.
Sete Mitos Sobre a Fome.
Tratando-se desse tema, que envolve mais interesses econômicos do que sociais, cria-se e repassam-se informações distorcidas, fazendo com que um problema social de ordem mundial, caia na mediocridade e na intolerância governamental. Fazendo com que, todos entrem nesta impassividade e sejam coniventes com as atrocidades decorrentes da exploração econômica, da falta de políticas públicas, da incompetência administrativa e da falta do sentimento de humanidade. Repassam-se então os mitos sobre a fome, conforme Coelho, 1992:
Primeiro Mito:
Os alimentos produzidos no mundo não chegam para todos.
Se a atual produção de alimentos fosse distribuída, cada pessoa poderia receber mais de 2.500 calorias diárias. No entanto, o comércio mundial de alimentos torna inútil qualquer esforço para resolver o problema da fome no Terceiro Mundo.
Segundo Mito:
Para vencer a fome deve-se controlar a natalidade.
A idéia de que a população mundial cresce rapidamente do que a produção de alimentos vem sendo difundida desde a década de 60. Essa explosão demográfica é facilmente destruída, pois as cifras mostram que, o crescimento anual médio da produção de alimentos nos últimos vinte anos excede os 3%, enquanto o crescimento demográfico está em torno de 2%.
Terceiro Mito:
Os países desenvolvidos alimentam os pobres do mundo.
Se os países não desenvolvidos consumissem todo o alimento que produzem, não haveria desnutrição e nem mortes por inanição nesses países.
Entretanto, as culturas de subsistências foram substituídas por culturas de exploração, transformando assim, o alimento em mercadoria, ocorrendo isto desde que a colonização européia reestruturou a produção de alimentos nos países dominados, onde estes produtos tornaram-se a base do abastecimento para os mercados consumidores dos países desenvolvidos.
Quarto Mito:
Para vencer a fome deve-se produzir mais.
O problema da fome se agravou nos últimos 25 anos, onde através de dados do Banco Mundial, em 1986, já havia 750 milhões de desnutridos, localizando-se e sendo mais drástica na Ásia (80%), na África (60%) e na América Latina (40%). Por outro lado, a FAO, dá conta da destinação do excedente de alimentos nos últimos anos, 485 milhões de toneladas (1986-87), sendo que nesta mesma época, os Estados Unidos tinham estocado cerca de 70 milhões de toneladas de alimentos.
Quinto Mito:
Não existe terra suficiente.
Estima-se em 1,5 bilhões de hectares o total de terras aptas para o cultivo no mundo. No entanto, menos da metade dessa terra é usada na produção de alimentos, sendo que na África e na América Latina apenas 20% são utilizadas.
Sexto Mito:
A tecnologia moderna ajuda a combater a fome.
A mecanização da agricultura, a intensa utilização de pesticidas e fertilizantes químicos, bem como a variedade híbrida das sementes, não contribui para a solução dos problemas de desnutrição no Terceiro Mundo, tem de fato, estimulando a concentração da propriedade rural, diminuindo a variedade de culturas nativas, a policultura, ao consumo local e a dependência de insumos importados.
Sétimo Mito:
A grande empresa agrária permite racionalizar a exploração da terra, aumentar a produtividade e barateando os alimentos.
Em se tratando do combate à fome, o pequeno produtor mostra-se mais eficaz do que o grande empresário que concentra a propriedade da terra nos países que padecem de carência alimentícia. Onde, em 83 países, cerca de 3% das propriedades rurais dispõe de 113,67 acres, controlando 89% de toda a área de cultivo, fazendo com que o grande empresário agrícola orienta sua produção para o mercado exportador, se concentrando na monocultora. (GUIA DO TERCEIRO MUNDO, apud COELHO, 1992 p 269-271).
Evidencia-se, através do estudo sobre os mitos da fome, que o enfoque se dá pela falta de conhecimento por grande parte da população e pela deformidade com que a temática é tratada pelo modelo econômico mundial. Visto que, o real interesse está voltado para os bens de consumo mais rentáveis, com maior circulação e com vida útil mais curta, do que a satisfação em criar meios para sanar a falta de alimento para a população menos favorecida.
REVOLUÇÃO VERDE.
Segundo FALEIRO, 2007, este programa objetivava na contribuição de formas científicas para um aumento expressivo na produção agrícola, bem como na sua produtividade de cunho global. Consistia em multiplicar as sementes que se adequasse às condições climáticas, às condições do solo e que fossem mais resistentes às pragas e doenças, auxiliando também na modernidade do plantio e no maquinário agrícola.
O pesquisador Norman E.Borlaug (Premio Nobel da Paz em 1970) foi considerado o pai da Revolução Verde, pelo seu feito neste programa.
O programa deu seus primeiros passos por volta de 1946, quando o governo mexicano convidou a Fundação Rockefeller para desenvolver trabalhos sobre a causa da fraqueza de sua agricultura. Diante disso constataram (naquela época) que o melhoramento de plantas deveria vir com um melhoramento cientifico sendo o principal recurso para atacar o problema da fome e da produção de alimentos.
Desse modo ocorreu uma intervenção controlada do processo de produção agrícola planejada e habilmente executada. Em 1950, o México quadruplicava sua produtividade de trigo e em 1956, atingia a auto-suficiência na produção desse cereal. Através desse feito, a Fundação Rockefeller levou o conceito de Revolução Verde para outros paises e outras culturas. Em 1963, a FAO organizou o Congresso Mundial de Alimentos, onde realizaram estudos e acompanhamentos em quatro regiões: África, Ásia, Oriente e América Latina.
No Brasil, passaram a desenvolver tecnologia própria, tanto em instituições privadas quanto em órgãos governamentais (EMBRAPA). A partir da década de 1990 difundiu-se através desse programa para todo o território nacional, permitindo que o Brasil vivesse um desenvolvimento agrícola com o aumento da fronteira agrícola, a propagação de culturas (soja, milho, algodão, entre outros) colocando o país como recordista de produtividade, atingindo recordes de exportação.
Em conseqüência disso, apesar de ter aumentado bastante a produção agrícola das regiões em que foi aplicada, a Revolução Verde passou a sofrer críticas no mundo inteiro, onde o fato de o problema da fome não ter sido eliminado e em algumas regiões este contingente aumentou, elevando gradativamente o problema.
Em se tratando da área social, prejudicou os pequenos produtores, pois com o tempo, os preços dos gêneros alimentícios tendessem a cair, fazendo com que esses produtores vendessem suas terras para os grandes proprietários, que dispunham de maiores recursos financeiros e maquinários agrícolas, adquirindo grandes extensões de terra e com isso acabando com a policultura.
Do ponto de vista econômico, a agricultura tende a ser controlada por um pequeno número de empresas multinacionais, pois são elas que mais investem em pesquisas e com isso, acabam monopolizando certas tecnologias e cobram elevados preços para permitir que os agricultores as utilizem, beneficiando esses grupos.
Do ponto de vista do impacto ambiental, produziu uma contaminação de alimentos e das águas locais, contaminação essa causada pelo excesso de adubos químicos e agrotóxicos, sendo carregados pelas chuvas até os rios e infiltrando no solo, poluindo os lençóis freáticos. Outro impacto se dá pela monocultura, pois elimina inúmeras espécies de plantas e de animais nativos, ocasionando um desequilíbrio ecológico.
O CASO DO BRASIL
De acordo com HELENA (2003), para caracterizar a fome no Brasil, é preciso ressaltar que, na década de 1980, tinha-se uma estimativa onde 50 milhões de pessoas viviam em situação paupérrima e que na década seguinte, esse mesmo número perdurava. Na atualidade, calcula-se que entre 55 a 60 milhões de pessoas não conseguem suprir suas necessidades devido à baixa renda em que se encontram.
Segundo CASTRO (2005), a problemática da fome no Brasil, tem sua herança enraizada no seu passado histórico, na desarmonia dos grupos humanos com os quadros naturais, sendo muitas vezes provocada pela agressividade do meio hostilizado pelo colonizador em sua ideologia aventureira e mercantilista. Que consequentemente desdobrou-se em ciclos de economia, deste a extração do pau-brasil, até a industrialização, desestruturando os processos de criação de riqueza no país.
Em termos, o reajustamento econômico e social foi conseqüência da incapacidade do Estado em inviabilizar os interesses coletivos, ou ainda privilegiando os interesses dos monopólios estrangeiros em nossa exploração de tipo colonial, orientando a nossa economia para a exploração primária da terra e para a exportação das matérias-primas, não sobrando recursos para atender as necessidades internas do país. A incapacidade dos governos em romper com os monopólios estrangeiros, mostrou a fraqueza do poder político central, onde o processo econômico limitava-se a ampliar os lucros de um pequeno numero de proprietários agrícolas, servindo os interesses colonialistas, e viabilizando o poder para ambas as partes, onde aliada á política monopolista e a urbanização desenfreada a partir dos fins do século passado, contribuíram ainda mais para acentuar a nossa deficiência alimentar. Pois a urbanização não encontrando nenhuma civilização rural bem enraizada desequilibrou a alimentação, pois sem estímulos o meio rural tornou-se agroindustrial.
Portanto, o Brasil se caracteriza como sendo um território de contrastes, onde a realidade social é retrata num quadro conturbado e dispare do nosso passado. Hoje o desenvolvimento econômico se constituí de uma idéia-força, do povo em se emancipar, de participar ativamente das transformações econômicas e controlando os resultados coletivamente.
O impulso do nosso desenvolvimento, no qual se mostra em certos setores, principalmente o industrial, revela-nos, que a economia brasileira cresceu, mas isto não se caracteriza como sendo de um todo, pois um desenvolvimento econômico não corresponde a um desenvolvimento social, o que de fato interessa à massa brasileira, a desigualdade social continua e a fome é alarmante.
Há também um descaso com a agricultura de subsistência que, justifica-se em parte pela escassez de recursos num país subcapitalizado e pela necessidade de concentrá-los nos bens de equipamentos, transformando-se em uma ameaça agravante ao processo de industrialização nacional. Cria-se então, um dilema: investir suas escassas disponibilidades na obtenção de bens de consumo ou de concentrá-las na industrialização intensiva. Algo que se aplica e dificulta a economia, voltada á agricultura está à reforma agrária como sendo uma necessidade histórica, onde compete uma revisão das relações jurídicas e econômicas, entre os que detêm a propriedade agrícola e os que trabalham nas atividades rurais, beneficiando toda a coletividade rural e não uma simples desapropriação e redistribuição da terra para atender as aspirações dos sem-terra.
Tratando-se da situação brasileira como um todo, alguns fatores interferem no desenvolvimento econômico social, nas condições alimentares e nutrição do brasileiro: o desenvolvimento da industrialização, a dualidade da civilização brasileira, a estrutura agrária feudal, os baixos índices de produtividade agrícola, inflação provocada pelo preço dos produtos agrícolas e a disparidade do setor industrial com o setor agrícola.
Neste quadro, nota-se que a alimentação do brasileiro é imprópria, caracterizando uniformidade territorial, onde a desnutrição é generalizada e não ocorre, em parte, nenhum plano de desenvolvimento para melhorar as condições de alimentação do povo.
FOME DE CONHECIMENTO
Ao analisar a questão do conhecimento e bem como a educação em si, verifica-se na Constituição Brasileira, o nosso direito:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (Brasil. 2000, p.118).
Temos uma insaciável fome de saber. Essa fome não se trata somente do saber cientifico/composição dos elementos, processos químicos, relação de física em nossa vida, das diversas patologias que agregamos ao longo de nossa caminhada /mas essa fome de saber é de nos encontrarem inseridos no mundo no qual vivemos e saber qual o nosso lugar.
O fato da oposição entre dentro e fora, aqui e lá, perto e longe nos demonstra certo tipo de familiaridade e domesticação de vários fragmentos do mundo circundante. Estar longe dificulta o acesso à informação, contem as coisas sobre as quais pouco se sabe,pouco se espera,é uma experiência enervante é estar deslocado, fora do próprio elemento, atraindo problemas e temendo o perigo.
Dessa forma os inseridos longe se sentem comunidades fragilizadas de acordo com a velocidade que os fatos acontecem e de longe só assistem, se é que assistem.
O tipo de unidade possível em pequenas comunidades pela quase simultaneidade e custo quase nulo das comunicações através da voz, natural dos cartazes e folhetos, sofre um colapso em escala mais ampla. A sócia, em qualquer escala é uma função do consenso, conhecimento comum sem constante atualização e interação, essa coesão depende crucialmente da estrita e primária educação -e memória -da cultura. A flexibilidade social, ao contrário depende do esquecimento e da comunicação barata. (BENEDIKT, apud BAUMAN 1999, p.22-23)
Ao constatar (BENEDIKT, apud, BAUMAN, 1999), que dentro de nosso conhecimento temos uma visão preestabelecida sobre o mundo, um olhar técnico. Só sabemos daquilo que estamos falando e ainda assim superficialmente, erroneamente e focalizado em um ponto qualquer sem muito conhecer. Para tanto, o conhecimento está, em uma sociedade capitalista, globalizada e excludente, vinculado ao trabalho e a forma de se viver. Com isso, ocorre a massificação e enfileração de desempregados e incapacitados de atuar no competitivo mercado de trabalho, fazendo com que se criem especializações cotidianas, para reforçar o “exercito de reserva” (mão-de-obra).
Assim, constata:
Com o crescimento do desemprego cresce a procura pela educação como forma de se proteger, tanto da possibilidade da demissão quanto do próprio desemprego. A busca de um certificado de escolaridade como atributo para o mercado de trabalho pode estar mobilizando indivíduos de faixa etária superior ás consideradas regulares a matricularem-se no sistema público de ensino e em outros programas especiais. (OLIVEIRA, 2000, p.310),
Qualquer um membro da sociedade, elite ou não, necessita de conhecimento. Fome por conhecimento não é só por parte dos acadêmicos, mais sim de todos, que de alguma forma sentem fome de algum tipo de saber. Vemos no ser humano um perfil de um ser cuja consciência, “especializada” e “vazia”, deve ser “enchida” para que possa conhecer. Conhecer é um processo, e todo processo demora a acontecer, para conhecer é preciso que se tome posse do objeto de estudo. Não é apenas um mero ato de memorizar, é muito mais, é uma ação dinâmica dialética e reflexiva, pois temos que nos voltar para os acontecidos anteriores para podermos lembrar o conhecimento que neles tivemos para mudar nossa visão sobre o mesmo.
Tem-se então, carência de conhecimento político, pois quem não conhece a essência política tem um olhar ingênuo para a realidade e passam a vê-la como um fato dado pronto e algo acabado, como se o futuro fosse pré-estabelecido. Se o conhecimento fosse algo estático e a consciência alguma coisa vazia, ocupando certo espaço no corpo, a pratica educacional estaria correta.
Atualmente, a sociedade, mostra-se dispersa e não atuante, camuflando as expectativas dos cidadãos, onde se encontram sem estudo, não tendo profissão, ficando desempregado, sem democracia e sem entender de política, multiplicando-se a cada dia. A emancipação para esses aspectos contraditórios, faz-se através da articulação da escola como instituição e membro efetivo da sociedade com parcerias dentro e fora do âmbito escolar.
Analisado-se a conjuntura capitalista, a demanda do mercado e a não especialização da mão-de-obra devido à acessibilidade da maioria da população, fez-se então, a necessidade das escolas noturnas supletivas para atender uma classe sem perspectiva e sem anseio na melhoria qualificacional, que está longe de ser a ideal. Pois acelera o tempo e encurta o aprendizado, não sendo um curso técnico e nem um regular, sistematizando o que de fato este aluno-trabalhador irá utilizar em sala de aula, no trabalho e no seu cotidiano.
Em outra hipótese os avanços tecnológicos, o novo sistema de mercado, o modo de produção e o novo modelo especificado do trabalhador, requerem uma mudança estratégica no ensino-aprendizagem, onde a escola passa a ser um espaço isolado, excluindo os que já são excluídos pela sociedade.
Vivencia-se tempos atordoantes e os impasses no atual momento histórico se acumulam com velhos problemas, que ainda não se encontra solução. Para essa massa de freqüentadores das escolas noturnas que anseiam por um certificado e não uma qualificação classifica-os como sendo objetos do mercado sendo manipulados pelos produtos que estão em alta na economia do país. A diversidade econômica, o aumento da produção e os novos produtos no mercado, fazem com que se abram novos ramos de trabalho, necessitando de novas especificações, aumentando a fila dos desempregados, exigindo outro modelo de trabalhador, modelado pela economia mundial, como se devesse ser punido pela sua não qualificação.
A escola não poderá, sem ultrapassar os conflitos sociais, alcançar a necessidade do aluno, pois tendem a mesclar o interesse do trabalhador e do mercado, onde lamentavelmente a ideologia da classe dominante faz penetrar dentro das escolas mecanismos que dão impasses para um aprendizado amplo e utilitário, tanto no trabalho, como fora dele.
Buscam-se então, alternativas para uma escola que não adestre o homem, que não o torne mais passivo que já é, sendo desafiado constantemente pelo acúmulo de bens materiais, entrando no mercado especulativo, desafiando-o ao ofício de produzir conceitos estruturais para a sua vida, com fases de vencedor, trabalhador e cidadão.
Crê-se, ainda, que está em grande parte na ausência de nossas salas de aula que devemos dar competências para formar pessoas dominantes dos diferentes códigos, nas variáveis lingüísticas, em diversos conceitos e usá-los em diferentes situações, acumulando conhecimento e criando suas próprias formas de discursos. Impondo-se então, a pensar, mas em contrapartida, o próprio sistema educacional é visado pelo mercado, idealizando-o como formadores operacionais, máquinas robotizadas e não seres pensantes capazes de modificar a sua realidade.
Em vias de fato, aceitar a formação profissional como processo significa também aceitar que não existe uma separação entre a formação pessoal e profissional. Implicando reconhecer que qualquer que seja a qualificação não há uma formação fora de qualquer relação com os outros, mas dessa forma, uma relação dentro de uma realidade concreta, pela análise reflexiva individual indo de encontro com o coletivo.
A marginalidade é, pois, um fenômeno acidental que afeta individualmente a um número maior ou menor de seus membros o que, no entanto, constitui um desvio, uma distorção que não só pode como deve ser corrigida. A educação emerge aí como um instrumento de correção dessas distorções. (SALVIANI, 1993, p.16).
Neste quadro a marginalidade é entendida como um fenômeno inerente á própria estrutura da sociedade, onde determinados grupos que detém maior parte da força se convertem em dominância onde se apropriam de tais condições para ter uma relevância social, prestigiando-se de sua posição, excluindo os demais, onde nesta conjuntura, a educação depende e participa desta exclusivamente.
Diante da situação social e o papel da escola, percebi-se que a escola torna-se um instrumento transmissor e sistemático, surgindo como a solução para a marginalidade, sendo assim, algo contraditório. Para funcionar de acordo com essas concepções, a organização escolar teria que passar por uma reestruturação, ou por uma reformulação de seus conceitos e ideologias e, sobretudo qual é o seu real objetivo nesta sociedade.
Faz-se, então, um pressuposto de que a educação não conseguiu, ou ainda não irá conseguir alterar a organização de suas teses e nem tampouco suprir como instituição social a demanda da população, sendo ela operária ou não.
No final deste século, surge uma proposta de transformação educacional, inspirado em uma pedagogia nova, que trás concepções teóricas indo de encontro com o senso comum, facilitando o seu entendimento, exigindo uma neutralidade científica sem nenhum vicio e sem nenhuma virtude, sendo então, uma decorrência do processo educacional.
Compreende-se então, que para tal forma a marginalidade não será identificada e nem detectada como sendo rejeição, mais sim como sendo improdutivo, tornando os indivíduos eficientes e capazes de contribuir com o aumento da produção da sociedade e com as múltiplas funções do sistema.
Em todos os casos, trata-se de reproduzir as relações exploratórias capitalistas, onde neste contexto, o fenômeno da marginalidade se insere nas funções trabalhistas relacionadas com o meio de produção e o patronal. Visto que o aparelho ideológico formador das classes burguesas é sem sombra de dúvida a escola, sendo desta forma burocrática e anienalistica, defendendo interesses próprios dessa classe, mais uma vez marginalizando e excluindo.
Por sistematização e democratização em bases teóricas, a escola sempre defendeu e articulou a democracia, só que não a defendia, pois era contraditória, ficando somente na falácia e não agindo plenamente no próprio temo da palavra, sendo omitido e assim, seguindo conselhos alheios aos seus próprios princípios. Deixando-se manipular, desmocratizando-se, onde não se tem o ensino da democracia através de práticas pedagógicas, nem orienta para portar-se democraticamente. Visto que, em uma sociedade que desconhece este termo, a vinculação torna-se difícil e longe do ideal, que neste caso constata-se:
[...] que o processo educativo é passagem da desigualdade à igualdade. Portanto, só é possível considerar processo educativo em seu conjunto democrático sob condição de se distinguir a democracia como realidade no ponto de chegada. (SALVIANI, 1993, p.88.)
De fato, a prática pedagógica deve posicionar-se criticamente, onde este posicionamento define a sua estrutura e a sua participação social, não como objeto da sociedade e sim, como agente vinculador, atuante e participativo, contribuindo assim para uma reestruturação no sistema educacional, visando a adequação homogenia do conhecimento, atingindo vários segmentos sociais.
CARACTERIZAÇÃO EDUCACIONAL REGIONAL DA ÁREA DE ESTUDO[5].
TABELA 1: Caracterização da Área Educacional com o total de Unidades Escolares por região.
TOTAL de UNIDADES ESCOLARES
REGIÃO - Federal - Estadual - Municipal - Particular -
Santa Catarina. - 10 - 1.228 - 4.449 - 1.000
Vale do Itajaí. - 2 - 149 - 775 - 127
AMAVI. - 1 - 127 - 638 - 108
Rio do Sul - 1 - 9 - 31 - 12
fonte: tabela elaborada pelo autor.
A tabela acima constata, a pouca disponibilidade de instituições educacionais distribuídas por região, mantidas pelo governo, caracterizando a demanda para uma população que possui uma renda média/alta, verificando que a proporção destinada ao público em geral não atende as expectativas.
TABELA 2. Escolas de Rio do Sul: Divisão por Bairros.
ESCOLAS ---- RIO DO SUL: divisão por bairros.
BAIRROS - UNIDADES ESCOLARES
Municipal - Estadual - Particular - Federal - Albertina
Barra da Itoupava - ∆-01
Barra do Trombudo. - ∆- 01/ ▀ 01
Barragem - ∆- 02/●-01/∆ 01
Bela Aliança - ∆-02/ ▀ 01
Boa Vista - ∆-01/▀ 01
Budag - ∆-01/●-01/▀ 01
Brehmer - ●-01
Canoas - ●-01
Canta Galo - ∆-01/▀ 01/∆ 01
Centro - ∆-01/▀ 01/ ▀ 02
Eugênio Schneider
Fundo Canoas - ●-01/▼01
Jardim Alexander - ∆-01
Jardim América - ∆-02/◙ 01/▀ 01/∆ 01
Laranjeiras - ∆-02/▀ 01
Navegantes - ∆-01
Pamplona - ∆01
Progresso - ●-01
Rainha - ●-01
Santa Rita - ●-01
Santana - ∆-01/●-01/ ▀ 01/∆ 01
Sumaré - ●-01/▼ 01
Taboão - ∆-01/◘ 01/▀ 01
Valada Itoupava - ∆-01
Valada São Paulo - ∆-01
LEGENDA
∆
Centro de Educação Infantil.
◘
Ensino Fundamental.
●
Educação Infantil e Fundamental.
▀
Ensino Fundamental e Médio.
◙
Ensino Superior.
▼
Escolas Técnicas.
fonte: tabela elaborada pelo autor.
Através desta caracterização, faz-se uma análise socioeconômica do município, pois conforme o número de escolas que cada bairro possui, demonstra a demanda da população, o acesso à educação e ao conhecimento, bem como a acessibilidade aos serviços públicos. Por esta linha, entra o auxilio da Bolsa Família, pois alguns cadastros são feitos através das escolas e encaminhados para a Assistência Social do município e posteriormente a Caixa Econômica Federal para a efetivação dos benefícios e sua distribuição.
A RELAÇÃO DA PROBLEMÁTICA COM AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA.
A função de qualquer disciplina não é o entendimento de seu objeto de estudo, e sim a partir dele colaborar para a compreensão do todo.
Uma disciplina maçante, mas antes de tudo simplória, pois, como qualquer um sabe, “ em geografia nada há para se entender, mas é preciso ter memória...” De qualquer forma, após alguns anos, os alunos não querem mais ouvir falar dessas aulas que enumeram, para cada região ou para cada país, o relevo – clima – vegetação – população – agricultura – cidades – indústrias. ( LACOSTE,2005,p.21).
Vindo por este pressuposto, a geografia, tornou-se uma disciplina escolar e universitária, sem utilização e sentido prático diário na vida do ser humano, pois somente se faz necessário como matéria no currículo escolar, presente na grade. A sua utilização se faz como método de memorização, onde os dados apresentados são meros complementos se outras ciências, sem analisarmos “geograficamente”, como determinado fato ocorre, suas causas e conseqüências e suas relevâncias para a humanidade, sejam elas, políticas, econômicas, sociais, culturais, históricas ou comportamentais; sem uma autonomia ou identidade; de que os problemas da geografia somente dizem respeito aos geógrafos, onde se devem levar em conta os próprios conceitos científicos, como se elevassem em um patamar distante da realidade de todos ou do próprio entendimento dos não – letrados; como relações ligadas às ideologias e as práticas de poder.
Através do objeto de estudo da geografia- o espaço geográfico- a disciplina pode e deve oferecer elementos necessários para o entendimento de uma realidade mais ampla. A geografia não é a descrição sumária de dados e de problemas, é a interpretação de problemas globais, sociais, tradicionais e modernos. O estudo sobre a temática fome e sua relação com as práticas pedagógicas, está vinculada com o saber explícito do professor, que deve fazer um elo entre o cotidiano em sala de aula e suas especividades, com assuntos polêmicos que surgem nas discussões ou por mero acaso. Contudo o livro didático mostra superficialmente ou não trata com real importância esse tema, pelo fato de não ser relevante (na visão do autor) para o conteúdo proposto, ou em muitas vezes não condiz com a ideologia da instituição, fazendo com que passe-se despercebido.
Segundo os PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (2001, p.115):
Independentemente da perspectiva geográfica, a maneira mais comum de se ensinar Geografia tem sido pelo discurso do professor ou pelo livro didático. Este discurso sempre parte de alguma noção ou conceito chave e versa sobre algum fenômeno social, cultural ou natural que é descrito e explicado, de forma descontextualizada do lugar ou do espaço no qual se encontra inserido. Após a exposição, ou trabalho de leitura, o professor avalia, pelos exercícios de memorização, se os alunos aprenderam o conteúdo.
O Ensino da Geografia e as suas Práticas Pedagógicas precisam criar mecanismos para que a produção e vinculação de temas contraditórios e sistemáticos não fiquem no mero acaso ou sejam utilizados esporasticamente, não havendo reflexão, não causando impacto e não alterando a forma de pensar e agir dos indivíduos.
Num mundo em que a informação passa para o primeiro plano, como signo de distinção social, a “formação” do cidadão na escola tem passado para o segundo plano, instalando um período de crise no ensino, numa sociedade em que a informação se confunde com a formação. O tempo da informação é rápido, seu ritmo é veloz, em pouco tempo tudo se torna obsoleto. (CARLOS, 1999, p.7).
Para tanto, faz-se necessário atrelar a temática com projetos pedagógicos de cunho social, com pesquisas bibliográficas e de campo, que não fiquem somente na escola, sendo meramente algo há ser trabalhado isoladamente. Portanto, a fome e suas vertentes, não podem ser vinculadas somente á disciplina de geografia como assunto na área social, ou políticas públicas. Deve-se entrar na interdisciplinaridade, com ligação nas disciplinas de ciências (carência no valor calórico dos alimentos), em matemática (na porcentagem de desnutridos) em língua portuguesa (na elaboração e interpretação de textos), em história (na incidência de mortes por desnutrição, na cronologia), educação física (pesagem e resistência física) e em ensino religioso (nas diferentes culturas religiosas e os seus hábitos alimentares). Para que, com isso, seja de fato lidado com todo o campo pedagógico e que levante o maior número de informações para que a temática seja analisada e refletida, criando assim um embasamento plausível e de relevância considerável enfocando nas soluções direcionadas ás políticas públicas do município. Visto que, em Rio do Sul, apesar de um número vultoso de famintos, este tema não é trabalhado e muitas vezes ignorado pelas escolas, que somente prestam o serviço de cadastramento de alunos para o programa Bolsa Família.
Os projetos devem propiciar conhecimento, análise crítica e mudança de comportamento, para que cultive nos educandos uma personalidade senso-crítica, que seja enaltecida e difundida a formação do “ator social”, possibilitando através do conhecimento geográfico uma inserção na sociedade, pois esta deve prepará-lo para o convívio escolar e não o contrário.
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
A problemática envolta do tema “fome”, estrutura-se através da demagogia no qual é tratada e manipulada. Criam-se mitos e incorporam-se socialmente tabus, pois a fome, seja por falta de alimento ou por baixo valor calórico, não se faz necessário (politicamente) uma abrangência teórica ou discutível perante os segmentos da sociedade, onde os órgãos competentes não viabilizam recursos imediatos para sanar a situação, pois não se trata de algo que mereça destaque e atenção, onde requer algum cuidado na logística para difundir a discusão e realçar as condições de penúria em que se encontra a grande massa paupéria que rodeia os pequenos e não menos poderosos “bolsões” de riqueza da nossa sociedade atual.
Por esse entender, ainda permanece grave, caracterizando-se por uma vinculação com a falta de renda para uma alimentação adequada, sendo impulsionada pelos baixos salários e pelo crescente índice de desemprego, tanto nas regiões metropolitanas como nas pequenas cidades interioranas. A realidade relacionada a disparidade na distribuição de renda, encontra-se em um enorme abismo, sendo este econômico, cultural e politico. Não contextualizando uma visão igualitária. Pois requer quebras em alguns paradigmas, fazendo-se por princípio uma reestruturação na conjuntura da atual política brasileira, no abuso de poder por parte de nossos governantes e no alto grau de corrupção que assola o país.
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[1] Silvio Tobias Brandalize – Autor do Artigo
[2] Alex-Sandro P. Cardoso – Orientador do Artigo [3] Dados fornecidos pela Caixa Econômica Federal de Rio do Sul
[4] Dados fornecidos pela Caixa Econômica Federal de Rio do Sul
[5] Pesquisa elaborada e executada pelo próprio autor no bairro da Itoupava, Rio do Sul – SC.
ESTE ARTIGO FOI PRODUZIDO POR SILVIO TOBIAS BRANDALIZE E ORIENTADO POR ALEX-SANDRO P. CARDOSO.